A crise econômica que antes parecia ser um caso isoladamente norte americano se expandiu e até trocou de nome. Hoje ela já não é mais a crise norte americana e sim a crise econômica mundial. Com isso países de todo o mundo que tiveram sua economia afetada estão em busca de soluções para o problema. Apesar dos discursos e da postura otimista defendida por Lula há alguns meses atrás, que declarava que o país estava imune a crise, o Brasil, que cada vez ganha mais destaque no cenário mundial, também foi afetado e agora está dentro desse turbilhão.
Entendendo o jogo das ações
Quem compra ações torna-se sócio de uma empresa e espera obter lucros com a expectativa de crescimento futuro da economia. O problema é quando as expectativas para os próximos meses não são muito boas. Se houver o risco de um prejuízo, os investidores se desfazem das ações compradas. A coisa toda fica feia quando começa um movimento de venda em massa de ações, gerando uma queda absurda dos preços.
Como os mercados financeiros de todo o mundo são interligados, um investidor que teve prejuízo na Europa, por exemplo, pode ser obrigado a vender ações no Brasil, para cobrir as perdas. Como o mercado brasileiro possui grande presença de capital estrangeiro e é concentrado em poucas empresas realmente grandes, como a Petrobrás e a Vale, os percentuais de alta ou de baixa da Bolsa de Valores brasileira tendem a ser mais elevados do que o das outras Bolsas de Valores do mundo.
Recessão
Quando o cenário não é muito bom os investidores evitam qualquer movimento de risco. Os consumidores, pegos de surpresa pelos preços altos, crêem que a hora não é muito boa para consumir. Com isso as movimentações financeiras diminuem, a retração de investimentos e consumo gera queda nos lucros das empresas, que demitem mais funcionários para evitar prejuízos. Com menos renda as famílias tendem a consumir menos. O cenário torna-se ainda pior e os investidores poupam ainda mais. Assim o ciclo recomeça.
Os economistas consideram que há uma recessão quando o PIB (Produto Interno Bruto) de um país cai por dois ou três meses consecutivos. Quando a queda no PIB é ainda mais profunda, gerando, consequentemente, maiores estragos, fala-se em uma depressão.
Problemas no Brasil
O Brasil sofre com a retração mundial do crédito. Com a recessão norte americana e européia o mercado de exportações brasileiras diminui. Os investimentos no país também caem drasticamente. Multinacionais tendem a adiar, ou até mesmo cancelar seus planos de expansão no país. A disparada do dólar torna mais caro as importações. Com o consumo em baixa e os investimentos estrangeiros se tornando escassos, o Brasil terá um crescimento econômico aquém do esperado. Analistas prevêem que o país cresça 3,2% em 2009, enquanto o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, projeta um crescimento econômico de 4% para o próximo ano.
Contornando os efeitos da crise
Até agora o governo já anunciou 28 medidas na tentativa de contornar os efeitos da crise para o Brasil. Fazem parte dessas medidas a liberação de créditos pelo Banco Central para conter a falta de investimentos em setores como o agrícola. A injeção de bilhões de reais no mercado para manter as movimentações financeiras. A criação de uma linha internacional de crédito com as reservas do Banco Central, para ajudar os exportadores. A regulamentação de regras que dêem ao Banco Central poderes para interferir na administração de bancos que precisem de créditos em dólares ou real. Redução sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) entre outras.
Com isso fica claro que o principal objetivo do governo é tentar evitar ou atenuar a escassez de crédito, cuja expansão, defende os analistas, foi um dos principais motores da economia brasileira nos últimos anos.
***
Se de um lado o governo está preocupado com o que fazer para contornar os problemas causados pela crise, do outro estamos nós, consumidores, que não sabemos o que fazer com tudo isso.
Enquanto o governo pede para não determos nosso espírito consumista e continuar fazendo nossas compras, analistas defendem que o nosso papel nesse momento é o de poupar cada centavo.
Poupar não é má idéia, o problema é quando o número de pessoas que decide poupar seu dinheiro torna-se grande a ponto de gerar uma estagnação na economia. Um país que adota o sistema capitalista com uma economia voltada para o mercado não pode se dar ao luxo de ter uma diminuição no comércio. No cenário atual, diminuir a quantidade de dinheiro em circulação pode gerar sérios problemas para a economia brasileira.
Meu conselho: Se estiver precisando comprar algo, então faça. Caso esteja pensando em trocar de carro, comprar um imóvel ou realizar qualquer outro tipo de compra, certamente esse não é o melhor momento, mas venhamos e convenhamos, dificilmente o dólar irá voltar a cair como antes, os preços podem até baixar, mas nada além do esperado. Claro que está é apenas a opinião desse humilde blogueiro, não sou economista, mas vez ou outra gosto de dar meus pitacos sobre economia.
***
Se a economia global vai conseguir se recuperar por completo após essa crise só o tempo irá dizer. Felizmente parece que aprendemos com os erros cometidos no passado e com isso espera-se que dessa vez a solução seja bem rápida. Aliás, já está sendo, não acha?
Filed under: Brasil, Economia | 2 Comments »