Muito barulho por nada – Novo Enem, saiba como foi

Nos dias 05 e 06 de dezembro foram realizadas as provas do novo Exame Nacional do Ensino Médio, vulgo Enem. Com a proposta de substituir o vestibular em diversas Universidades do país e servindo como ponto extra para outras, todo o conceito do exame foi reformulado. Desta vez foram 180 questões e uma redação divididas em 2 dias de provas. Se quiser saber mais sobre as mudanças é só clicar aqui.

Fiz a prova, e abaixo você confere minhas impressões. Já que esse Enem deu o que falar vença a preguiça e aproveite para comentar no final.

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A impressão que ficou foi de que, depois do roubo da primeira prova, todo o resto foi realizado às pressas e o produto final foi algo mal estruturado e difícil de receber elogios. Questões muito longas já eram uma das características do Enem. O problema é que desta vez tivemos de lidar com 90 delas por dia. Aumento considerável se lembrarmos que antes eram apenas 60 e um dia de prova.

O nível das questões era mediano. Não havia nada absurdamente difícil. Manter a concentração durante a leitura do enunciado, deveras extenso, era o maior problema. E como era fácil se desconcentrar e acabar se perdendo na leitura você era obrigado a reler o mesmo trecho 2 ou mais vezes até finalmente depreender tudo que precisava. Como resultado você perdia um tempo precioso em cada questão. O que nos leva ao segundo problema: o tempo.

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O Senado em crise

A atual crise administrativa pela qual o Senado brasileiro vem passando o colocou no foco das manchetes em jornais, revistas, sites e televisão. Após sucessivos escândalos e denúncias, a Casa vem perdendo cada vez mais prestígio frente a opinião pública.

A crise começou em Março, quando uma série de denúncias trouxe a tona que o Diretor Geral do Senado, Agaciel Maia (no cargo desde 1995, por indicação de José Sarney), era dono de uma mansão, no Lago Sul, avaliada em 5 milhões de reais que não constava em sua declaração de bens. Essa foi a primeira de uma série de irregularidades que se seguiram, como a “farra das passagens”, onde foram beneficiados tanto senadores, como deputados federais (inclusive alguns que já não tinham mais mandato), que emitiam, de forma indiscriminada, centenas de passagens aéreas para benefício próprio.

Algum tempo depois a Folha de São Paulo publicou uma notícia informando que em janeiro, período de recesso do Senado, foram gastos mais de 6 milhões em horas extras pagas aos funcionários.

O Diretor de Recursos Humanos pediu demissão do cargo, após ter sido comprovado que seus filhos moravam sozinhos em um apartamento funcional do Senado enquanto ele e sua esposa moravam em uma casa no Lago Sul.

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A investida contra a farra dos downloads

Foi apresentado há pouco mais de 10 dias, na Câmara dos Deputados, em Brasília, um projeto de lei que visa punir com a perda de acesso a rede os usuários que forem pegos baixando arquivos protegidos por direitos autorais.

O projeto de lei 5361/2009, caso aprovado, fará com que os provedores fiquem de olho nas atividades do internauta. Se for constatado o download ilegal o provedor já possui autonomia própria para desconectar o usuário.

Uma advertência será enviada para seu e-mail caso você seja pego fazendo downloads ilegais pela primeira vez. No segundo aviso uma nota indicará que as próximas medidas serão severas. Se fizer pela terceira vez você ficará 3 meses sem conexão. Na quarta 6 meses e na quinta… É adeus. Isso mesmo, você perde permanentemente o acesso a web.

Responsável pelo projeto de lei, o Bispo Gê Tenuta (DEM-SP) se defende: “A indústria cultural está morrendo. Essa é uma preocupação que sempre tive (…) A ideia é proteger quem produz obras artísticas e científicas. Vai trazer (benefícios) para a indústria obviamente. Mas o foco é no produtor.”

O projeto ainda não entrou na fila de votação, o que pode demorar anos. Entretanto já está causando discussões. Especialistas em direito afirmam que o projeto contraria a Constituição ao permitir que os provedores tenham acesso ao que o usuário está fazendo.

Alguns provedores de acesso já se manifestaram contra o projeto de lei. Dentre os pontos destacados está a inviabilidade técnica e financeira de se monitorar todo o conteúdo que é baixado pelo usuário.

A seguir alguns trechos do projeto.

“Ficam os provedores de acesso à internet em funcionamento em território nacional obrigados a identificar os usuários de seus serviços que estejam baixando, procedendo download, compartilhando ou oferecendo em sítios de qualquer natureza obras protegidas por direito autoral sem a autorização dos autores das obras.”

“Esta lei cria penalidades civis para a conduta de baixar, proceder ao download ou compartilhar arquivos eletrônicos via internet que contenham obras artísticas ou técnicas protegidas por direitos de propriedade intelectual sem autorização dos legítimos titulares”.

“Constatada a quarta reincidência na conduta prevista no caput do parágrafo, o provedor de acesso cancelará em definitivo o contrato de fornecimento de acesso à internet do usuário.”

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Bem utópico essa história toda, não acha? Será que eles realmente acreditam que é possível controlar todo o tráfego da internet brasileira? Bem difícil, ein…

Fora o fato de que ser considerado invasão de privacidade. A Constituição possui leis claras no que diz respeito a isso. Os provedores de acesso só podem quebrar a privacidade do usuário mediante um mandato judicial.

E esse assunto todo me lembrou do projeto de lei 300/2007. Aquela dos incentivos fiscais aos jogos eletrônicos, lembra? Ainda está aguardando aprovação. Eu ainda tenho esperanças e você?

Querem acabar com o vestibular

Ao que parece o MEC lê o Deu Tilt.

Dias depois do meu último post, em que falei sobre como o ensino superior no Brasil é elitizado, o Ministério da Educação anunciou uma proposta para substituição dos vestibulares das universidades federais.

De acordo com a proposta entregue para a Andives (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), o atual vestibular seria substituído pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em uma versão mais robusta, composta por uma redação e 200 questões divididas em quatro áreas de conhecimento: Linguagens, códigos e suas tecnologias, Ciências Humanas e suas tecnologias, Ciências da Natureza e suas tecnologias e Matemática e suas tecnologias. Tudo isso em dois dias de provas. Deixando a critério das universidades realizar ou não uma segunda fase.

De acordo com o ministério, a mudança visa reestruturar o conteúdo do Ensino Médio. Sair da atual decoreba e fazer o aluno pensar, sabe? Dessa forma, buscam acabar com o modelo atual de seleção, que hoje não é feita da forma mais justa. O MEC tem previsão para aplicar esse novo modelo de vestibular a partir de outubro desse ano.

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Discurso sobre o que você já sabe

As primeiras semanas de aula na Universidade são sempre da mesma forma: Muita euforia, excitação, alegria e uma enxurrada de novidades que nos cativam a cada instante. O interessante, porém, começa a acontecer logo após esse período. É quando começamos a analisar a Universidade com mais atenção. Quando começamos a notar suas falhas e seus méritos.

É quando ficamos com aquela dúvida se estamos realmente fazendo o curso certo, se é realmente isso que queremos para nossa vida. E quando começamos a perceber como são as pessoas que nos cercam, e a notar as pequenas, ou grandes, diferenças entre eles e nós.

Essa pequena introdução é somente para situar você, leitor, da condição em que me encontro no momento. Acabei de sair da fase de euforia e excitação e agora começo a ter uma visão mais profunda de toda a Universidade. E com isso comecei a perceber pequenas coisas que me fazem refletir durante horas.

E é sobre uma delas que quero falar nesse texto. Abordar como nosso país funciona ao contrário e como isso torna as oportunidades de ensino superior desiguais a população. Não entendeu? Tudo bem, vamos com calma. Deixa que eu explico.

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Geração Y

Saiba como se comporta a nova geração de jovens que hoje fazem parte da maior e mais promissora força de trabalho no mundo.

Muitas foram as gerações pelas quais já passamos: Os “tradicionais”, os “Baby Boomers”, a “Geração X” e, atualmente, a “Geração Y”. Cada uma surgiu em épocas diferentes e, portanto, foi influenciada por fatores distintos, desenvolvendo assim características únicas.

Os tradicionais com sua rigidez no que toca a disciplina e lealdade. O otimismo e motivação, dos Baby Boomers, fruto do ambiente de expansão econômica em que foram criados. O ceticismo dos integrantes da Geração X. E o verdadeiro caráter tecnológico, imediatista e ousado que tomou conta da atual geração.

É considerado integrante da Geração Y todo o indivíduo nascido a partir de 1982. Crescidos em constante contato com as novas tecnologias de informação, esses indivíduos desenvolveram aptidões incríveis para lidar com computadores, internet e eletrônicos. Estão sempre em busca de resultados rápidos e maneiras cada vez mais cômodas de realizar tarefas.

Essa nova geração, que começa a bater à porta das empresas e tomar pela primeira vez seu lugar no mercado de trabalho, cresceu questionando seus pais e agora estão questionando seus empregadores. Estão sempre dispostos a expressar sua opinião e não se calar nunca, o que é ótimo, mas que pode ser um problema para um gerente de 50 anos que não está acostumado a tais questionamentos.

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Entenda a crise em território brasileiro

A crise econômica que antes parecia ser um caso isoladamente norte americano se expandiu e até trocou de nome. Hoje ela já não é mais a crise norte americana e sim a crise econômica mundial. Com isso países de todo o mundo que tiveram sua economia afetada estão em busca de soluções para o problema. Apesar dos discursos e da postura otimista defendida por Lula há alguns meses atrás, que declarava que o país estava imune a crise, o Brasil, que cada vez ganha mais destaque no cenário mundial, também foi afetado e agora está dentro desse turbilhão.

Entendendo o jogo das ações

Quem compra ações torna-se sócio de uma empresa e espera obter lucros com a expectativa de crescimento futuro da economia. O problema é quando as expectativas para os próximos meses não são muito boas. Se houver o risco de um prejuízo, os investidores se desfazem das ações compradas. A coisa toda fica feia quando começa um movimento de venda em massa de ações, gerando uma queda absurda dos preços.

Como os mercados financeiros de todo o mundo são interligados, um investidor que teve prejuízo na Europa, por exemplo, pode ser obrigado a vender ações no Brasil, para cobrir as perdas. Como o mercado brasileiro possui grande presença de capital estrangeiro e é concentrado em poucas empresas realmente grandes, como a Petrobrás e a Vale, os percentuais de alta ou de baixa da Bolsa de Valores brasileira tendem a ser mais elevados do que o das outras Bolsas de Valores do mundo.

Recessão

Quando o cenário não é muito bom os investidores evitam qualquer movimento de risco. Os consumidores, pegos de surpresa pelos preços altos, crêem que a hora não é muito boa para consumir. Com isso as movimentações financeiras diminuem, a retração de investimentos e consumo gera queda nos lucros das empresas, que demitem mais funcionários para evitar prejuízos. Com menos renda as famílias tendem a consumir menos. O cenário torna-se ainda pior e os investidores poupam ainda mais. Assim o ciclo recomeça.

Os economistas consideram que há uma recessão quando o PIB (Produto Interno Bruto) de um país cai por dois ou três meses consecutivos. Quando a queda no PIB é ainda mais profunda, gerando, consequentemente, maiores estragos, fala-se em uma depressão.

Problemas no Brasil

O Brasil sofre com a retração mundial do crédito. Com a recessão norte americana e européia o mercado de exportações brasileiras diminui. Os investimentos no país também caem drasticamente. Multinacionais tendem a adiar, ou até mesmo cancelar seus planos de expansão no país. A disparada do dólar torna mais caro as importações. Com o consumo em baixa e os investimentos estrangeiros se tornando escassos, o Brasil terá um crescimento econômico aquém do esperado. Analistas prevêem que o país cresça 3,2% em 2009, enquanto o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, projeta um crescimento econômico de 4% para o próximo ano.

Contornando os efeitos da crise

Até agora o governo já anunciou 28 medidas na tentativa de contornar os efeitos da crise para o Brasil. Fazem parte dessas medidas a liberação de créditos pelo Banco Central para conter a falta de investimentos em setores como o agrícola. A injeção de bilhões de reais no mercado para manter as movimentações financeiras. A criação de uma linha internacional de crédito com as reservas do Banco Central, para ajudar os exportadores. A regulamentação de regras que dêem ao Banco Central poderes para interferir na administração de bancos que precisem de créditos em dólares ou real. Redução sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) entre outras.

Com isso fica claro que o principal objetivo do governo é tentar evitar ou atenuar a escassez de crédito, cuja expansão, defende os analistas, foi um dos principais motores da economia brasileira nos últimos anos.

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Se de um lado o governo está preocupado com o que fazer para contornar os problemas causados pela crise, do outro estamos nós, consumidores, que não sabemos o que fazer com tudo isso.

Enquanto o governo pede para não determos nosso espírito consumista e continuar fazendo nossas compras, analistas defendem que o nosso papel nesse momento é o de poupar cada centavo.

Poupar não é má idéia, o problema é quando o número de pessoas que decide poupar seu dinheiro torna-se grande a ponto de gerar uma estagnação na economia. Um país que adota o sistema capitalista com uma economia voltada para o mercado não pode se dar ao luxo de ter uma diminuição no comércio. No cenário atual, diminuir a quantidade de dinheiro em circulação pode gerar sérios problemas para a economia brasileira.

Meu conselho: Se estiver precisando comprar algo, então faça. Caso esteja pensando em trocar de carro, comprar um imóvel ou realizar qualquer outro tipo de compra, certamente esse não é o melhor momento, mas venhamos e convenhamos, dificilmente o dólar irá voltar a cair como antes, os preços podem até baixar, mas nada além do esperado. Claro que está é apenas a opinião desse humilde blogueiro, não sou economista, mas vez ou outra gosto de dar meus pitacos sobre economia.

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Se a economia global vai conseguir se recuperar por completo após essa crise só o tempo irá dizer. Felizmente parece que aprendemos com os erros cometidos no passado e com isso espera-se que dessa vez a solução seja bem rápida. Aliás, já está sendo, não acha?

Mudança de Hábito

Um acordo entre Portugal e Brasil que levou anos de duração finalmente foi aprovado. Essa semana, Portugal, depois da pressão incessante do governo brasileiro disse sim as modificações previstas para a língua portuguesa. Sim, o português irá mudar!

As alterações serão validas para todos os 8 países que tem o português como língua oficial (Brasil, Portugal, São Tomé e Prince, Angola, Guiné Bissau, Moçambique, Timor Leste e Cabo Verde) e apesar da aprovação de Portugal, 4 dos 8 países ainda não aceitaram as medidas, o que pode fazer com que as alterações levem um pouco mais de tempo para acontecer.

Caso sejam aprovadas, algumas das novas regras serão as seguintes:

  • O trema deixará de existir;
  • Será o fim do acento diferencial, como por exemplo, pára (verbo) e para (preposição);
  • Deixarão de existir os acentos no plural dos verbos crer, ver e ler, a forma correta será creem, veem e lêem;
  • Fim do acento também em palavras com duplo o, como em vôo, enjôo ou abençôo, que se tornarão voo, enjoo e abençoo;
  • Estarão incorporados ao nosso alfabeto o K, Y e Z.

Essas são apenas algumas das modificações que serão realizadas. A previsão é de que o processo leve 2 anos, tendo em vista o tempo necessário para modificar os livros didáticos e para-didáticos, além, é claro, da aceitação da população que fala português.

O ponto positivo é o de que tais medidas irão gerar uma maior integração entre os países de língua portuguesa, uma vez que as pequenas diferenças de escrita de um país para o outro deixarão de existir.

Se perguntarem a minha opinião digo que não gostei da idéia, não que eu goste de complicar as coisas, mas prefiro o português como eu o conheço: Cheio de acentos, hífens e suas particularidades. Afinal é isso que diferencia o português das outras línguas, e daí que vem todo o seu charme (e em certo ponto complicação). Imaginem a zona que será tentar ensinar a uma criança que entre para (verbo) e para (preposição) há uma diferença, mesmo que sejam escritos da mesma forma. Fácil pra você que já é crescido e devidamente alfabetizado (espero) naqueles que em breve serão os antigos costumes da língua, mas com certeza não tanto para uma criança.

É certo que a idéia de sumir definitivamente com o trema é bastante conveniente, afinal, alguém aí ainda se preocupava em usá-lo? Para os fanfarrões o fato de não precisar mais se preocupar em usar os acentos parece um presente. Será que daqui a algum tempo teremos manuais ortográficos sendo queimados pela trupe dos que detestam acentos? Sei lá…

Mas, afinal, como vaso ruim não quebra, as alterações na escrita da língua portuguesa não mudarão em nada as regras sobre um famigerado acento que já fez muita gente suar frio, a maldita crase continua, e seu reinado de terror também…

E não me venha com aquela velha decoreba de “A crase não passa da simples junção do a (artigo) com a (preposição)”. Ora, disso todo mundo já sabe, mas temos que concordar que a crase, essa sim, merecia cair de vez no esquecimento.

2008: Ano dos japoneses no Brasil

O ano de 2008 marca o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Há 100 anos atrás o navio Kasato Maru trouxe os primeiros imigrantes japoneses para o Brasil. O destino? Os grandes cafezais da cidade de São Paulo.

Hoje o Brasil abriga a maior colônia japonesa fora do Japão, no famoso Bairro da Liberdade, em São Paulo.

A razão da vinda dos japoneses ao Brasil foi o fim do feudalismo, que abriu espaço para a mecanização da agricultura, e com isso as máquinas passaram a ocupar o lugar do homem nos campos gerando desemprego e pobreza, enquanto no Brasil havia falta de mão-de-obra nas fazendas de café. Com o início da 1ª Guerra Mundial o Brasil tornou-se um dos poucos países no mundo a aceitar imigrantes japoneses. Com isso, em 18 de Junho de 1908, Kasato Maru desembarca no Porto de Santos, com 165 famílias japonesas cujas únicas esperanças estavam depositadas no Brasil.

100 anos depois os japoneses já se enraizaram por diversas partes do país, mantendo suas tradições milenares e contribuindo para o legado cultural do Brasil.

Comemorações não vão faltar nesse Centenário da Imigração Japonesa. No dia 17 de janeiro a cidade de Brasília foi palco da abertura oficial do Ano do Intercâmbio Brasil-Japão. Entre os presentes na cerimônia, realizada no Palácio do Itamaraty estavam o Presidente Lula e convidados, representantes da comunidade nikkei de todo o Brasil.

O Centenário de Imigração ganhou até um mascote; “Chikara”(força em japonês) foi criado por ninguém menos que Maurício de Souza, e foi apresentado durante a cerimônia de abertura em Brasília.

Chikara, mascote do centenário

 

Chikara, mascote do centenário

No dia 15 de janeiro foi lançado o livro “O Nikkei no Brasil” no Hall da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. O livro é uma obra coletiva que conta com 12 autores de diferentes áreas de conhecimento.

Contando ainda com depoimentos de 19 personalidades e dividido em 15 capítulos, o livro conta como os japoneses conseguiram superar todas as dificuldades e se integrar a sociedade local. A obra homenageia a comunidade nikkei no Brasil, e faz parte das comemorações oficiais do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.

Até mesmo as Escolas de Samba entraram no clima japonês. Tanto a Porto da Pedra, quanto a Vila Maria – escolas de samba do grupo especial do Rio e de São Paulo, respectivamente – tiveram como enredo toda a trajetória percorrida pelos imigrantes japoneses, desde a saída do Japão até a chegada nas fazendas de café em São Paulo. Com direito a carros alegóricos com Samurais, Gueixas e estátuas de Buda.

No próximo dia 10 de fevereiro acontecerá o Festival Yukidaruma de Hokkaido, no Centro de Intercâmbio Brasil-Hokkaido, em São Paulo. Trata-se de uma exposição do tradicional boneco de neve japonês (Yukidaruma) feito por crianças da cidade de Abira, Hokkaido. Em uma oportunidade única o público paulistano poderá sentir a neve em suas mãos e conhecer de perto algumas tradições japonesas de inverno.

E em Junho o Príncipe-herdeiro Naruhito tem presença marcada no Brasil para as comemorações de Brasília, São Paulo, Paraná, entre outros locais a definir.

Isso é só a pontinha do iceberg em vista de tudo mais que está sendo preparado para este ano. Se quiser saber mais sobre a programação acesse a Agenda das comemorações do Centenário, no site Nippo Brasília. Lá você pode conferir informações de todos os eventos que irão rolar em 2008.

Enfim, deu pra perceber que só se fala nisso. Pois é, o ano é dos japoneses.

Você é a favor da CPMF?

A CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – também conhecida como o “imposto do cheque”, suga 0,38 % de cada operação bancária efetuada por pessoas ou empresas. 0,38% podem parecer pouco, mas esse tributo tem efeito acumulativo, ou seja, ele incide sobre cada etapa da cadeia produtiva. O resultado é que em média 40% do preço final de um produto é gerado pela carga tributária, dos quais 2% em média são da CPMF.

O Brasil é o país que possui a maior carga tributária do mundo, isso explica o preço elevado dos produtos para o consumidor final.

Para se ter uma idéia 50,6% do preço de um iPod é de carga tributária (Sim, mais da metade do preço é de carga tributária). Bonito, não?

Não é a toa que o assunto é um dos mais discutidos atualmente, pois a CPMF tem previsão para durar somente até esse ano, caso não seja prorrogada até 2011. Se a renovação não for aprovada, o governo perderá 40 bilhões anuais provenientes da CPMF.

Esse dinheiro deveria ser usado para resolver a crise crônica do setor de saúde. Porém, hoje sua receita é usada para cobrir programas sociais, como o Bolsa Família, e tapar uma série de buracos nas contas públicas, como o déficit da Previdência.

Se o governo contivesse a gastança teria recursos o suficiente para sobreviver sem a CPMF. Os gastos públicos são imensos. De 2000 a 2007, o PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 20%, enquanto os gastos públicos aumentaram em 63%. Assim não há imposto que dê jeito. Caso o governo tivesse contido os gastos teria dinheiro o suficiente para investir sem se tornar dependente da CPMF.

O projeto de renovação da CPMF já foi aprovado na Câmara, mas ainda falta o aval do Senado. Nesse meio tempo Lula continua seu discurso a favor da prorrogação da CPMF, tentando de todos os meios convencer senadores e a oposição de que o “imposto do cheque” é importante, e que o país não conseguirá se manter sem os 40 bilhões que arrecadará no próximo ano.

Enquanto isso continuamos pagando mais caro pelos produtos, recebendo serviços que decepcionam e o pior: Vendo que o governo nada faz para conter seus gastos exagerados com regalias e altos salários –estes somente a senadores e deputados, nós, do povo, continuamos no aperto- e ainda dizer que não há verbas para se investir em algo realmente importante, como educação e saúde pública.

Esse é o país em que vivemos.

E você? É a favor da CPMF?